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Governador recebe bombeiro paranaense que combateu incêndios florestais no Canadá.

O 1º Tenente Bruno Eduardo Da Macena, do 2º Grupamento de Bombeiros de Ponta Grossa, integrou uma equipe de bombeiros brasileiros que atuou durante um mês nos maiores incêndios florestais já registrados no país norte-americano.


Foto: Jonathan Campos/AEN

O governador Carlos Massa Ratinho Junior recebeu nesta segunda-feira (4) o 1º tenente Bruno Eduardo Da Macena, do 2º Grupamento de Bombeiros de Ponta Grossa. Ao lado de bombeiros de outros estados, o profissional foi para o Canadá em 21 de julho, onde atuou ativamente na pior temporada de incêndios florestais já registrada no país norte-americano até o seu retorno ao Brasil, em 23 de agosto.

Ao receber Da Macena, que estava acompanhado do comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, coronel Manoel Vasco de Figueiredo Junior, o governador agradeceu o empenho dele na missão internacional representando toda a corporação.

“O Corpo de Bombeiros do Paraná é uma referência nacional, com participação ativa em diversas missões nacionais e internacionais. Isso só é possível porque temos uma equipe de profissionais bem formados e com excelente preparo técnico, como é o caso do tenente Da Macena, que ajudam carregar o nome do nosso Estado em ações humanitárias”, afirmou.

O governador lembrou que o Estado tem investido na melhoria das condições de trabalho dos bombeiros, com a contratação e formação de novos profissionais, a construção de novas sedes maiores e mais modernas para as corporações e a aquisição de novos veículos. No final de 2022, a Assembleia Legislativa do Paraná também aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) feita pelo Executivo estadual que garantiu a autonomia financeira e administrativa do Corpo de Bombeiros.

MISSÃO – O bombeiro paranaense fez parte de um grupo de 100 profissionais de diversas áreas e instituições que integraram a missão organizada pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores. Uma das diferenças da missão canadense em relação às realizadas anteriormente é a atuação integrada de diversos órgãos brasileiros, como a Força Nacional, Ibama, ICMBio e os bombeiros estaduais, organizados por meio do Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (Ligabom).

“Foi uma satisfação e uma responsabilidade enormes ter sido escolhido para uma missão desse porte. Toda a delegação brasileira tinha uma preocupação em fazer um bom trabalho e deixar uma boa impressão, já que era a primeira missão humanitária feita dessa forma, com várias equipes de órgãos diferentes”, revelou Da Macena.

Ao mesmo tempo em que auxiliava a conter as chamas que se espalham pelo país, ele assimilava o jeito canadense de trabalhar nesse tipo de tragédia. Segundo o tenente, o cenário encontrado é muito diferente daquele que se tem no Brasil, com vegetação e clima muito seco no verão, o que exigiu estratégias de combate próprios para a região.

A vegetação é uma floresta de coníferas resinosa, altamente inflamável, o que faz com que as chamas se espalhem rapidamente. Além disso, o que predomina na região é o incêndio subterrâneo, algo pouco usual no Brasil.

Outro fator que impacta no tipo de abordagem feita pelos bombeiros canadenses é uma espécie de besouro que cava buracos nas árvores, típico da região da Colúmbia Britânica, onde os maiores focos estão concentrados. O inseto não resiste a temperaturas abaixo de -40°C, mas os termômetros não têm baixado de -30°C, o que contribuiu com proliferação da praga. Com isso, há muitas árvores podres no meio da mata com risco de queda, o que representa um perigo a mais aos profissionais em ação.

Essa conjunção de fatores define a estratégia para combater o fogo, com atuação principal direta por aeronaves. A ação por terra é dividida em duas fases. Primeiro, um grupo equipado com motosserras entra na mata, identifica as árvores condenadas e corta cada uma delas para reduzir os riscos. Só aí começa o combate propriamente dito.

“Além de ajudar os canadenses, foi uma oportunidade de trocar experiências não só com os bombeiros locais, mas com profissionais de corporações de outros países que também estavam lá. Isso agrega muito ao conhecimento que já tínhamos, com técnicas e estratégias que trouxemos de lá e que podem ser adaptadas para cá, assim como equipamentos e metodologias de trabalho que eles utilizam para gerir a operação e que podem ser compartilhadas com os colegas”, concluiu Da Macena.

De acordo com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, o Paraná se destaca em âmbito nacional no combate a incêndios florestais desde a década de 1960, quando o Estado enfrentou severas situações deste tipo em diversas regiões.

“Desde então, o Estado desenvolve cursos específicos de combate a incêndios florestais, o que faz do Paraná uma das referências do País. Com isso, nossos bombeiros podem atuar junto com profissionais brasileiros altamente capacitados de outros estados, aprendendo técnicas utilizadas por outros países e também ensinando a experiência do Estado neste tipo de situação”, declarou Vasco.


Fonte:AEN

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