A empresária e influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa, na quarta-feira (4), em uma operação policial contra uma quadrilha suspeita de movimentar cerca de R$ 3 bilhões num esquema de lavagem de dinheiro proveniente de jogos de azar
Segundo a Polícia Civil, a Justiça decretou o sequestro de bens de vários alvos, incluindo aeronaves e carros de luxo, e o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.
A mãe de Deolane, Solange Bezerra, também foi detida e, após passar mal, foi levada de ambulância ao Hospital Português, na área central do Recife. Depois da prisão, a influenciadora fez exame de corpo de delito e chegou à Colônia Penal Feminina, que fica no bairro da Iputinga, na Zona Oeste da capital pernambucana.
Como funcionava o esquema criminoso?
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a investigação teve início a partir da apreensão de mais de R$ 180 mil em espécie no dia 1º de dezembro de 2022 na Banca Caminho da Sorte, que pertence a Darwin Henrique da Silva, pai do dono da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho.
Além do dinheiro, foram apreendidos no local documentos que, segundo a polícia, são "suficientes para apontar estreita ligação entre as empresas supramencionadas na prática de atividade ilícitas".
Conforme as apurações, o grupo criminoso movimentou, entre janeiro de 2019 e maio de 2023, cerca de R$ 3 bilhões em contas correntes, aplicações financeiras e transações com dinheiro em espécie, provenientes de jogos ilegais. O ministério, no entanto, não informou quais são esses jogos.
Para lavar o dinheiro obtido de forma ilegal, de acordo com o ministério, a quadrilha usava empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio e seguros. O esquema era realizado por meio de depósitos fracionados em espécie e transações bancárias entre os suspeitos com o saque imediato dos valores.
Outra forma de disfarçar o crime, segundo o ministério, se deu pela compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógios de luxo e imóveis.
Ainda de acordo com o ministério, foram identificadas movimentações financeiras atípicas entre pessoas físicas e jurídicas ligadas à organização criminosa e a maioria dos suspeitos apresenta um padrão de vida "totalmente incompatível" com a renda e os bens declarados à Receita Federal.
Qual seria a participação de Deolane nos crimes?
Até a última atualização desta reportagem, a polícia não detalhou a ligação de Deolane e da mãe dela, Solange Bezerra, com o suposto esquema criminoso nem informou a quem pertenciam os itens apreendidos durante a operação.
Em entrevista coletiva, o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Renato Rocha, disse apenas que a ação mira uma organização que faz lavagem de dinheiro de recursos provenientes de jogos ilegais. No entanto, ele não explicou quais jogos seriam esses nem deu os nomes das pessoas e das empresas investigadas.
O que dizem Deolane e a Esportes da Sorte?
Após a prisão, Deolane escreveu uma carta, que foi publicada no Instagram. No manuscrito, a empresária afirmou que está sofrendo "uma grande injustiça" e disse que ela e a família são vítimas de preconceito.
A influenciadora também lamentou a prisão da mãe e declarou que a investigação "servirá para provar mais uma vez" que não pratica e nunca praticou crimes.
O escritório Adélia Soares Advogados, que representa a empresária e a mãe, se manifestou por meio de nota. No texto, a defesa de Deolane disse que o inquérito tramita em segredo de Justiça e que a influenciadora está à disposição para colaborar com as investigações.
Também procurada, a Esportes da Sorte informou, também por nota, que "ratifica o compromisso com a verdade, com o jogo responsável e, principalmente, com o cumprimento de todos os seus deveres legais". A empresa afirmou ainda que está sem acesso aos autos do inquérito e aos motivos que levaram à ação policial.
Já o advogado Pedro Avelino, que defende o dono da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, disse, em entrevista à TV Globo, que precisa entender o contexto da operação e que o cliente se colocou à disposição da autoridade policial há mais de um ano e meio.
Fonte:g1.com
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